domingo, 5 de abril de 2015

BRAZILIAN BRIGADIER (BRIGADEIRO RECIPE)

Hello, Dear Gringo!
We have recently came across with some friends overseas that wanted a recipe for Brigadeiro, or Brazilian Brigadier, as we just decided to call it.

Last year the Brazilian Brigadier made headlines as this guy, Jamie Oliver, you might have heard of him,  said that it was, and I quote, "fucking shit!".


"I know what you are, but am I?"

...said the guy from a country whose greatest culinary achievement is Fish and Chips. Man, talking trash about Brazilian Brigadier just ain't right. You can't come in here, go to our beaches, drink our caipirinhas and our shitty beer, pretend you can dance samba, and say that about the most important and cherished childhood sweet of the Brazilian People. It's like someone said "You know Jamie Oliver's Mom? She is spherical, like a globe. I could find out countries in her". That's just bad manners. We don't go in the UK trash talking Harry Potter. We like Harry Potter. We don't write bad things about The Beatles. We also like the Beatles. Better than Molejo, even.


Despite strong arguments to the contraire.


And even your shameful things, like Robbie Williams and Russel Brand get a pass with us. Because manners. See Jamie? We are Brazilians, and we are polite, unlike you. In the immortal words of the Prime Minister Hugh Grant, "I fear that this has become a bad relationship".

We are pretty sure the only reason Jamie was not kicked out of the country is because his programs compose something like 63.49% of the GNT cable network schedule. Seriously, he is in there like every fucking time. And we watch that shit. Because we liked him. And he stabbed us in the back. Right to our faces (What?).
But most visitors are not so rude as Mr. Oliver.  We have a lot of Gringo Friends that came to Brazil and fell in love with the Brazilian Brigadier. To those friends, here goes a simple recipe so you can kill a little bit of the saudade you have from Brazil. And fuck you, Jamie Oliver. Right in your ear. (I'm sorry, I know you are nice guy, can you send us an autograph?)

Serves: 6 after a dinner or 1 woman in PMS
Prep Time: 10 minutes in the stove, 1 unending hour to cool down and 45 minutes if you decide to roll it in nice little chocolate balls.

Ingredients:

- 1 (395g) can of sweetened condensed milk
- 1 tablespoon of butter or margarine
- 3 tablespoons of cocoa powder or chocolate nesquik (that option makes it sweeter than it already is) 
- Chocolate sprinkles to decorate

How to prepare it:

Mix all ingredients (except the chocolate sprinkles) in a pan. Cook over medium heat and stir continuously making sure all the cocoa powder is dissolved. The Brigadier will be ready when it becomes thick (so you can see the bottom of the pan as you stir).

Now you decide what way you will take:

1st option: technically it is ready to eat with a spoon straight from the pan (and probably burn your tongue);

The Brazilian Way.

2nd option: you can pour the mixture in a lightly greased dish and let it cool to room temperature. If you are on a hurry you can always speed up in the fridge or even freezer, but I suggest you do not forget it in there, and then you can eat with a spoon with or without the sprinkles;

If a Brazilian is eating like this, he is trying to impress someone.
Otherwise, he would go for the first option.
 


3rd option: do the second option and, when it gets cool enough to handle it, take small amounts of the mixture with a teaspoon and make balls. Fill a plate with chocolate sprinkles and roll the balls in it to decorate.



Children's party mode. Tastes like childhood. 


4th option: which is the modern solution. Take it off the stove a little sooner, so it is less thick, then pour in small acrylic cups with a tiny little spoon.

Fancy "adult" party mode. Popular in Brazilian Weddings (for realz!).

And now, to close the arguments against Jamie "why don't they eat healthy" Oliver, Jout Jout:




* * *


Para brasileiros, que não precisam de receita de brigadeiro porque já vem em seu DNA, uma dica sem lactose e sem alterar o sabor (e sem apelar para porcarias como biomassa de banana verde, soja ou leite condensado de aveia) é o leite condensado sem lactose da Piracanjuba. Te juro, é o mesmo gosto que o original, de verdade, e não estão nos pagando para dizer isso.  Custa o dobro do normal, o que não faz o menor sentido, considerando que não vem nem lactose nele. Se tem menos coisa, devia custar menos, né?!


quarta-feira, 1 de abril de 2015

RAPIDINHAS: WRAP COM BROTO DE DE GIRASSOL


Viver em Porto Alegre me fez desenvolver alguns costumes que tenho certeza que se não levá-los comigo para onde quer que eu vá algum dia, farão certamente muita falta. Não, não estou dizendo que estou indo embora de Poa, and that's not the point! O que quero dizer é que gosto muito de, por exemplo: 
1) Morar na região central da cidade e poder me locomover a pé ou de bici;
2) Chamar bicicleta de bici (agora que já me acostumei, porque no começo soava mega estranho);
3) Dormir com manta térmica (porque precisamos aproveitar o que há de bom no inverno);
4) Ter bem pertinho o Mercado Público, cheio de delícias - temperos, carnes, frutos do mar, frios finamente fatiados na hora, chás, geleias...;
5) A cultura de ir a parques no findi (afinal, quem não tem praia caça com parques);
6) E, last but not least, o hábito semanal de ir à feira.   

Pois é, todas as terças-feiras adquirimos o saudável costume de ir à feira. Não é uma feira orgânica, o que deixaria esse post mais politicamente correto, mas é uma feira que inicia ao final da tarde e encerra pouco após as 20h e que é super no caminho da universidade pra casa, o que torna a vida muito mais conveniente. Não sei se todos concordarão comigo, mas acho incrível ter a geladeira repleta de legumes, verduras e frutas fresquinhas (mesmo não sabendo a diferença entre os dois primeiros), inclusive alface (que normalmente permanece intacto na geladeira até a semana seguinte). Como costumamos ir sempre à feira, em algumas barracas já nos conhecem, sabem o que gostamos de comprar, como gostamos e nos questionam se viajamos ou ficamos doentes quando deixamos de aparecer alguma semana. É muito legal.
Mas, como para nós, adeptos à culinária rizomática, tudo que entra na rotina vai perdendo um pouco da graça, instituímos, há um tempinho, uma regra. Não. Um desafio, que soa mais bonito. Toda semana precisamos comprar alguma coisa nova. Pode ser algo totalmente desconhecido ou algo que simplesmente não temos o costume de comprar. Às vezes é um tanto perturbador caminhar de um lado a outro da feira buscando algo novo, quase se rendendo a comprar um pimentão. Mas, de modo geral, temos feito algumas descobertas bem bacanas, como a lentilha vermelha, a ainda pouco explorada acelga, o maldito parmesão uruguaio ou os deliciosos brotos de girassol.
Então, a receita é muito, muito, muuuuito simples, depois que vc encontrar onde vende broto de girassol. Aqui descobrimos na barraca dos chineses da feira das terças do Largo Epatur. 
Antes da receita, acho que a barraca dos chineses merece um paragrafo adicional. Os produtos lá são diversos: de grãos, chás, gengibre, sushi, rolinho primavera, guiozas, pão de ló macio como bunda de bebê de comercial de fraldas, hashi, wassabi e amendoim, até broto de feijão e de girassol. Os chineses, um casal de 50 e poucos e um filho de 20 e tantos se revesam lá de modo que sempre tenham dois atendendo. Todos falam como os chineses falam nas piadinhas que fazemos com chineses e sempre dão dicas de como devemos preparar ou usar os itens lá adquiridos ("água fevida, quinzi minuto"), acrescidos sempre de algum adjetivo superlativo ao fim - "muito gostoso", "muito balato". Eles sempre estão divulgando os seus produtos para que levemos o máximo possível, exceto um dia que quis comprar um arroz e a chinesinha me convenceu que eu não conseguiria fazê-lo e que era "muito difícil" e "muito calo".   

Há fortes suspeitas de que o jeito de falar seja mero marketing.
Aposto que eles são lá de Caxias.
Rendimento: Porções individuais
Tempo de preparo: "muito lápido"
   
Ingredientes:

-Wrap
-Tomatinhos cereja
-Queijo Mussarela (ou minarela* para os intolerantes à lactose)
-"Bloto de gilassol"

*queijo minarela é como apelidamos o queijo minas da Lacfree que derrete como mussarela e tem cara e gosto de mussarela.

Como fazer?

Coloque a massa do wrap em uma frigideira até que um dos lados comece a dourar. Nesse momento, vire o wrap e acrescente o queijo para derreter sobre metade do lado já dourado enquanto o outro doura em fogo baixo pra não queimar. Acrescente os tomatinhos
"Wlap na fligideila"
cereja cortados em rodelinhas e os brotos de girassol sobre o queijo. Dobre o wrap ao meio e devore-o. Fica "muito gostoso"!

Também fica delícia incluindo cogumelos mágicos



sexta-feira, 13 de março de 2015

CAMARÃO NA MORANGA DE SEXTA-FEIRA 13

Corria o ano de 2013, e calhava de ser a décima terceira lua cheia, no dia 13, do mês 13, às 13 horas e 13 minutos (horário de Brasília), quando alguns desavisados adentraram um pequeno apartamento antigo no Centro Histórico de Porto Alegre. Essa seria apenas mais uma noite fria de confraternizações e mesmo a coincidência numerológica não apresentava qualquer peculiaridade extraordinária, não fosse uma conjunção de fatores que levaram à nefasta conclusão daquela noite. 

Pois aquela não era apenas uma rua charmosa qualquer do centro. Naquela rua, o vento frio que arrasta as folha secas de outono conta uma história mais aterradora que qualquer pesadelo Poeiano. Naquela rua, 150 anos atrás, no auge do Segundo Império, o Sweeney Todd original, José Ramos, e sua cruel esposa, Catarina Palsen, foram responsáveis pelo assassinato e canibalismo (via ensalsichamento) de dezenas e dezenas de marinheiros excitados, no caso que é conhecido apenas pelos gaúchos no Brasil inteiro (e, principalmente no mundo!) como os crimes da Rua do Arvoredo. 

A geografia da cena seria por si só suficiente para causar arrepios nos incautos visitantes da Rua do Arvoredo naquela noite fria do dia 13. Mas aquela não era apenas uma noite fria do dia 13 do mês 13. Aquela também era... uma SEXTA FEIRA TREZE (TAN-TAN-TAN!!)

Nós teríamos começado o texto com isso, mas achamos que é feio
chutar quem já está caído. 
Foi nesta noite de infeliz conjunção astral que o D&G decidiu abrir suas portas, servindo pela primeira vez, oficialmente, um grupo de amigos com um cardápio elaborado. Havia ambição em seus olhos: quatro pratos complexos, salada, ceviche com chips de batata doce, o camarão na moranga e um cremoso sorvete de banana de sobremesa. Motivação não faltava, e os trabalhos na cozinha começaram ainda pela manhã daquela sexta-feira 13. Se apenas nós soubéssemos... se apenas tivéssemos sido avisados... de como aquela noite terminaria...


Muitas coisas estranhas aconteceram naquela noite.

Colocamos todo nosso suor no prato, figurativamente e literalmente (sorry bros), gastamos quase uma dezena de horas cortando, picando, limpando, cozinhando. Alegres risadas eram ouvidas na sala enquanto o som ambiente da cozinha era regido pelo calor das panelas e a inspiração das facas, tudo movido à empolgação dos Chefs. Nós usamos todos, todos, **TODOS** os talheres da cozinha, cada faca, cada garfo, cada colher de sopa e de chá; todos os copos, taças e xícaras (com o Nespresso obrigatório pós jantar); cada prato, raso, fundo e de sobremesa... nenhuma panela escapou imune, nenhuma vasilha...
"-Pode deixar que eu ajudo a lavar a louça depois!"
"-Deixa que a gente cuida!"
Diziam nossos honoráveis convidados. Mas nada disso seria necessário, pois nós tínhamos um trunfo. Um grande trunfo. E cada oferta generosa de auxílio era respondida com um arrogante:
"-Pode deixar, amanhã a diarista vem!"

E assim nossos convidados partiram. E assim fomos todos exaustos dormir o sono dos justos. Congratulamo-nos a nós mesmos pelo sucesso da noite. A comida deliciosa. As gargalhadas gostosas. E na cozinha sobraram os corpos de uma batalha vencida. 



Retratada: Minha pia logo após o jantar.
Pois o que ninguém conta é que depois de toda sexta-feira 13 vem um sábado 14, e quem não vem num sábado 14 é a f#%*@£%¨m@4¬&* da diarista.

Naquela manhã de sábado 14, desespero atingiu um novo significado. 



Retratado: Eu, às 9 da manhã do sábado 14.
Tempo de preparo: 2 horas
Rendimento:  4 pessoas

Ingredientes:

- 400g de camarão sem casca;
- 400g de moranga, abóbora ou jerimun cortada em cubos;
- 1 moranga estilo halloween;
- 1 cebola roxa picada em cubinhos;
- 2 dentes de alho picados;
- 3 colheres de sopa de leite;
- 2 colheres de sopa de molho de tomate;
- Sal;
- Pimenta do Reino;
- Coentro picado a gosto;
- Cebolinha picada a gosto;
- Pimenta tabasco;

Como fazer?

1) Corte a parte de cima da abóbora fazendo um círculo. Retire a tampa e guarde. Limpe bem por dentro, retirando todas as sementes. A maior decepção do camarão na moranga é que você não usa nada da moranga que vai servir de vasilha para preparar o prato. Decepção, eu sei,
2) Coloque os cubos de moranga para cozinhar na água quente até ficarem bem macios, prestes a desmanchar;
3) Lave bem os camarões, tempere-os com sal, pimenta do reino e alho. Deixe pegar sabor por alguns minutos e coloque-os em uma frigideira pré-aquecida com azeite. A frigideira precisa estar bem quente. Fique atento ao ponto para o camarão ficar macio e rosado, é bem rápido. Reserve os camarões prontos.
4) Em uma panela, doure a cebola e acrescente a moranga já bem macia. Amasse bem fazendo um purê,  colocando o molho de tomate e o leite. Acrescente os camarões prontos e o coentro. Ajuste o sal e acrescente pimenta tabasco a gosto. 
5)  Coloque o purê de moranga com os camarões dentro da moranga que foi aberta. Se quiser, rale um pouco de queijo coalho em cima e leve ao forno para gratinar por alguns minutos. De outra forma, já está pronta! Dica: sirva com arroz branco.


BÚ!


terça-feira, 10 de março de 2015

SPICY THAI SALAD

Let's talk about sexalad.


Representado: como eu me sinto comendo salada.
Sejamos sinceros. Eu entendo porque alguém come tomate cru. É docinho, remete automaticamente ao sabor de uma boa pizza e é bem "suculenti" (Ulisse, 2013). Cenoura? Humm, ok, beta-caroteno e faz um bom bolo. Palmito e cebola, tá, ok. Mas o que faz uma pessoa gostar de alface? Tudo bem, eu te concedo a rúcula (a Mogui não concede). Agora, alface?


Não, não venha pormenorizar a presença do alface nas saladas. Elas são o item básico, principal. Alface está para a salada assim como a massa está para a cozinha italiana. Ou programas de culinária para o GNT.


GNT: redefinindo o conceito de "Food Porn" uma sub-celebridade culinária de cada vez. 



Nós do D&G acreditamos que nossos antepassados não inventaram machadinhos e lanças para que hoje tenhamos que nos resignar a comer alface. Além do que, alface está na base da alimentação de lagartas (que são basicamente bebês borboleta) e coelhos. Se você come alface e semelhantes, você está tirando comida da boca de coelhinhos e borboletinhas. Pense bem, que tipo de pessoa faz isso? Você. Você faz isso.



Mas sim, sabemos perfeitamente que essa é uma batalha perdida. Não vamos convencer o mundo a abrir mão do alface. E sim, saladas serão eternamente preenchidas por alface. E nós, do D&G, abertos à democracia na cozinha e que gostamos de servir a todos, vamos aqui, divulgar uma excelente receita com alface. Porque mesmo que você roube comida de futuras borboletas e coelhos inocentes, nós amamos você. E se você for comer alface, nós queremos que você faça isso com segurança, sabendo o que está comendo. E não na rua, por aí, com molho HELLmann's compartilhado. É assim que você pega salmonella, sabia?


Tempo de preparo: 25 minutos
Rendimento: Variado.

Ingredientes:


- Alface americana;

- Alface roxa;
- Rúcula;
- Tomate cereja;
- 100g Mussarela de búfala;
- 200g Peito de frango;


Para o molho:

- 1 pimenta dedo de moça;
- 1 dente de alho;
- Suco de 1 limão (peneirado!);
- 1 colher de chá de óleo de gergelim torrado (acredite, vale a aquisição, podendo ser usado para vários pratos orientais);
- 1,5 colher de chá de sopa de molho shoyo;
- 1 colher de sopa de azeite de oliva;
- 1 colher de chá de mel;


Como fazer?



- Lave as folhas dos dois alfaces e da rúcula, e o tomate cereja e reserve. Adapte as quantidades às suas necessidades (quantas pessoas vão comer, o que você gosta mais etc.);

- Corte o peito de frango em cubos médios (pense em um bom frango xadrez), tempere com um pouco de limão e shoyo. Esquente um pouco de azeite em uma frigideira e coloque os cubos de frango. 200g deve dar para 2-3 pessoas tranquilamente;
- Frango pronto? Coloque todas as folhas na travessa (ou diretamente no prato se preferir), Corte os tomates cereja em dois, e a mussarela de búfala em cubos médios (se for da de bolinha corte cada bolinha em 4, de repente). Junte todos os ingredientes gostosos (tomate cereja, mussarela e frango) aos ingredientes verdes.

- Molho: corte a pimenta dedo de moça (sem as sementes! Sério! Mas deixe um pouco das ranhuras brancas se não tiver problema com um pouco de pimenta) e o alho nos menores pedaços que conseguir (pode até ralar, mas acho que não fica legal espremer). Coloque numa xícara ou vasilha pequena todos os ingredientes do molho e misture muito bem. And that is pretty much it.
- Regue a salada com o molho - com moderação. O molho é bem saboroso, mas levemente apimentado!
Três coelhos e 100 borboletas poderiam ter se alimentado com esse alface.
Durma com esse barulho.


quinta-feira, 5 de março de 2015

YIDDISH MOMMA: XACXUCA, CHAKCHOUKA OU SHAKSHOUKA


Essa seção está sendo estreada hoje. Sim, eu já tinha pensado em fazê-la há um tempo, mas tinha me faltado um peteleco final para começar a compartilhar as minhas diversas (mais de duas e, possivelmente, menos que quatro) receitas da alta gastronomia judaico-tradicional. Para inaugurar a seção, nada de gefilte fish ou kneidlach, vamos de shackchucca xaquixuka xackso chaksh shark chackshu shackxou XACXUCA!
Meu pai, bem antes de pensar em ser meu pai

Essa receita surge no blog neste 05/03/2015 em memória ao meu pai que hoje estaria completando 64 anos. Meu pai não era muito de aventurar-se cozinhando. Nas lembranças que tenho dele na cozinha ele normalmente está lavando a louça. No entanto, havia um prato que quando queríamos comer no jantar, era a ele que recorríamos: a xaquix chaquec shackshuo xacxuca



Devo confessar que durante uns 27 anos da minha vida eu achava que a shackchucca chaksh xacxuca era um prato familiar, que tivesse sido inventado pelos meus pais em algum momento da minha infância para nos fazer comer mais ovo, produto que abundava no kibbutz em que vivíamos. Afinal, se eu, morando no Nordeste do Brasil, falasse para qualquer amiguinho na escola que ia comer chaksh shark xacxuca, eu definitivamente seria motivo de piada pelo resto da minha vida escolar. No entanto, depois de muitos anos guardando este segredo e apresentando-o apenas para os amigos mais próximos, presentes no meu círculo de confiança, já morando em Porto Alegre, vou a restaurante de comida judaica e lá me deparo com ela, linda, vermelhinha e saborosa como sempre, com uma plaquinha de identificação abaixo: a chaquechuca shackshuo xacxuca! Lá se foi um mito. O danado do prato existia de fato e ultrapassava as fronteiras da minha casa (digita lá no Google, você vai ver, existe mesmo!). 
Mas então, vou deixar de lenga-lenga e contar como se faz este simples e delicioso prato.

Rendimento - Aqui vou estimar para 4 pessoas, mas é uma receita que se pode fazer tranquilamente para uma pessoa só (costumo calcular 2 ovos para cada).
Tempo de preparo: 15 minutos  

Ingredientes:
1 lata de tomate pelatti ou molho de tomate caseiro ou 6 tomates cortados em cubinhos;
1 fio de azeite para refogar;
1 cebola;
2 dentes de alho;
sal, açúcar, pimenta, manjericão e o que mais você quiser a gosto;
1/2 pimentão vermelho(é opcional. Eu nunca uso, pois odeio arrotar pimentão. Mas, aparentemente, a receia original leva);
8 ovos;
Fale 3 vezes, bem rápido: Xuxa, Sasha, Xacxuca e cachaça!

Modo de preparo: 
Corte a cebola em cubinhos e pique o alho. Refogue-os em uma frigideira grande e coloque o tomates pelatti (ou molho de tomate caseiro ou 6 tomates cortados em cubinhos). Tempere e, quando atingir o sabor desejado e estiver bem quente, acrescente os ovos sobre o molho. Coloque sal e pimenta rapidamente nos ovos e tampe a frigideira até que ovo esteja no ponto desejado. Eu curto com a gema ainda mole a a clara já toda bem branquinha. Sirva acompanhado de arroz branco. 
Enjoy!


sábado, 28 de fevereiro de 2015

NHOQUE DE BATATA DOCE COM AVEIA

São Pantaleão, patrono dos médicos, invocado para
 a cura do cancro, da tuberculose e da pobreza daqueles
 que não comem nhoque

Não sei se lhes é familiar o mito do nhoque da fortuna, portanto, aqui o compartilho. Conta a lenda que São Pantaleão, um santo católico, patrono dos médicos, que viveu no século III e IV (275 d.c. a 305 d.c.), num certo dia 29 de dezembro, vestido de andarilho, perambulava por um vilarejo da Itália. Faminto, bateu a porta de uma casa e pediu comida. A família era grande e tinha pouca comida, mas apesar disso, eles não se importaram em dividir o seu nhoque com o andarilho, cabendo a cada um 7 massinhas. São Pantaleão comeu, agradeceu a acolhida e se foi. Quando foram recolher os pratos, descobriram que embaixo de cada um havia bastante dinheiro. Por isso, tradicionalmente, todo dia 29 é dia do nhoque da fortuna ou da sorte, acompanhado do famoso ritual de colocar dinheiro sob o prato, comer os primeiros sete pedacinhos em pé, fazer um pedido para cada um deles e depois, comer à vontade. 
A simpatia é simples: coloca-se uma nota de qualquer valor sob o prato com nhoque. Pode ser dólar, real ou qualquer moeda estrangeira. Em seguida, fique de pé e concentre-se para iniciar o ritual. No prato, separe sete nhoques e coma um a um. Para cada nhoque, faça um pedido diferente. Depois, sente-se e saboreie o restante do prato. O dinheiro colocado sob o prato deve ficar guardado até o próximo dia 29, para garantir a fartura. Outros dizem que deve ser dado a alguém que necessite ou usado quando for feita nova simpatia.
Há alguns meses estou com desejo de compartilhar esta receita de nhoque com vocês. No entanto, o mito do nhoque da fortuna deixa bem claro que o dia de comer nhoque é o dia 29! Sei que os meses têm se passado e eu, por motivos diversos, sempre perco o maldito dia 29 e acabo deixando para escrever a receita no mês seguinte. Sei também que neste momento 67% dos nossos leitores (o equivalente a duas pessoas, considerando que tenhamos uns 3 leitores fiéis) deve estar se questionando: "por que djabo essa ôme não escreveu essa receita qualquer dia e deixou programado pra publicar no dia 29?!". Então, sei que existe essa ferramenta, mas eu realmente gosto de escrever e postar ali, no calor do momento... não queria perder isso... Enfim, a solução que encontrei foi escrever a receita agora, em fevereiro, em um ano que não é bissexto e, portanto, não tem dia 29, simplesmente porque f@d@-$&! É isso aí, vamos comer nhoque todos os dias, em todas as refeições, porque é muito bom e quem inventou que ele só dá sorte nos dias 29s é muito chato! xô!!! E vou comer quantos nhoques quiser, plantando bananeira, com os pés na cabeça ou sentada feito Buda, fazendo quantos pedidos eu quiser... porque, porque, porque... ninguém manda em mim!
Isso muda uma vida!
Ps: caso ainda não tenha, sugiro que o seu primeiro pedido seja uma nhoqueira. 


Tempo de preparo: 1 hora
Rendimento: 6 porções 

Ingredientes:
1 kg de batata doce
1/2 xícara de farinha de trigo
1/2 xícara de farinha de aveia
1 ovo
sal, pimenta e noz moscada a gosto

Modo de preparo: 
Cozinhe as batatas doce até que fiquem molinhas. Descasque-as (caso não tenha feito isso antes) e amasse-as ainda quentes. Em seguida, coloque o "purê" em um recipiente (tipo bowl) grande e vá acrescentando, aos poucos, os demais ingredientes até que forme uma massa homogênea e levemente elástica. Ferva uma panela com água e, em seguida, vá colocando a massa na nhoqueira, cortando magicamente as bolinhas sobre a água (caso não tenha nhoqueira, sinto muito, você terá que enfarinhar uma bancada e se aventurar a fazer rolinhos e cortá-los ao tamanho de uma cabeça de dedo - cuidando para não cortar junto a cabeça do seu dedo!). Retire-as quando estiverem boiando. Isso acontece bem rápido, entre 1 e 2 minutos. Use o molho de sua preferência (bolonhesa, branco, 4 queijos (socorro!), ao sugo, pesto, com camarões, shitake...) e buon appetito!!!

Com molho de tomate c/ camarões e toque de pesto de manjericão

   

   


sábado, 14 de fevereiro de 2015

BOLO DE MILHO


Nas últimas semanas tive acesso a uma notícia que revolucionou minha vida. Essa notícia me tocou. Levou-me a reflexões profundas... Por que criar leis voltadas à saúde, segurança e educação se podemos criar mais datas comemorativas? Pois é, em vésperas de Carnaval, cá estou eu, emocionada, com a mais nova Lei brasileira: O DIA NACIONAL DO MILHO! 

Lei estabelecendo o Dia Nacional do Miiiiiiilho!
(Essa foto deverá ser em breve substituída por uma
foto do meu digníssimo assim trajado nos idos 1993)
Isso mesmo, a partir desse ano, todo dia 24 de maio celebraremos o dia NACIONAL do Visconde de Sabugosa! Enfatizo o NACIONAL, pois ao me certificar desta data no sábio e poderoso Google, descobri que há, um mês antes, o dia INTERNACIONAL do milho. Uhum! Dia 24 de abril os milhos gringos, the corns, los choclos, têm também o seu dia, veja só!

Mas enfim, eu, como uma super apreciadora do milho e de todos os quitutes dele derivados (milho cozido, milho assado, bolinho de milho, cozido com milho, festas juninas, sucrilhos, canjica, paaaaamonha pamonha pamoooonha, pipoca e galinhas que se alimentam de milho), reservo este post para divulgar uma deliciosa e prática receita, sem glúten e sem lactose, de BOLO DE MILHO!      

Rendimento: 15 fatias 
Tempo de preparo: 45 minutos

Ingredientes:
1 lata de milho com caldo
2 colheres rasas (sopa) de manteiga derretida (pode ser clarificada ou 1/3 de xícara de óleo)
1 vidro pequeno leite de coco (costumo usar o light)
2 1/2 xícaras (chá) de farinha de milho flocão
1 colher de (sopa) de fermento
3 ovos inteiros
2 xícaras (chá) de açúcar (pode usar o demerara)
1 pitada de sal



For...

...dummies

Mas é premeira,








Modo de preparo:

Misture todos os ingredientes no liquidificador e coloque em forma untada e polvilhada com manteiga e farinha de trigo. Leve ao forno quente e deixe por 30 minutos.

Bão dimais!
Garantio!!!