DICLES - SWEET PICKLE RELISH

Eu queria escrever um texto sobre comidas agridoce como um enredo de escola de samba, começando desde as origens asiáticas, passando por algumas referências obscuras (você sabia que o Ketchup veio da China?), apresentando os desafios (Arroz com Uva Passa) e a superação (Honey Mustard), finalizaria dizendo que finalmente o Dicles chegou aí, espalhando muito amor pela Sapucaí. Infelizmente, verso não é o meu forte e a Mog agora mês passado está estava ajudando num curso do Senac e não pode pôde me ajudar na tarefa. Então vamos de texto.

Ainda uma excelente forma de comunicação.

Existem algumas coisas que não deveriam funcionar, mas funcionam. Estou falando aqui das cisões entre sabores que em um dia normal jamais entrariam na mesma sentença.  Mostarda e Mel. Salmão e Baunilha. Tomate e Açúcar.  Tomate mais açúcar (e otras cositas mas) nos dá o Ketchup, responsável por estragar boas pizzas ou tornar pizzas ruins tragáveis. Um bom Ketchup também incorpora muito no salgado da esquina ou mesmo um bom hambúrguer bem planejado mas que falta alguma coisa. Mostarda é um item divisível, com fãs e detratores, assim como o mel, que não é algo tão universal como milhares de músicas levam a crer. Junte-se Mel e Mostarda e encontramos a paz entre os povos, um molho simples e sublime capaz de agradar Israelenses e Palestinos e criar a base para um mundo melhor. Pouco tempo atrás eu estava no restaurante MiddleofNowhere Inn na cidade de MiddleFuckingNowhere nas Highlands escocesas quando me deparei com um curioso item no cardápio: Salmão com molho de baunilha. Como? Por que? Onde vivem? De que se alimentam? Sabendo muito bem que tal mistura jamais poderia funcionar, mas tomado por uma curiosidade insaciável ("POR QUE?!?"), resolvi experimentar a monstruosidade. Escandalosamente, funcionou. E eu juro que essa história foi só 20% para dizer que eu estava na Escócia mês passado retrasado. Mas continuando.

Coisas agridoces funcionam de forma misteriosa, são coisas que normalmente não deveriam funcionar mas funcionam. Não existe lógica, ou regra e aposto que muito funciona na base da tentativa e erro. Ou do mau gosto, como o Arroz com Uva Passa. É bom ambicionar. Ambição levou à criação da geleia de abacaxi com pimenta. Mas ambição também leva algumas pessoas a colocar cubos de maçã na salada de batata. Quem é que coloca cubinhos de maçã no meio de uma deliciosa salada de batata?!? A minha mãe. E ela é a única pessoa nessa vida que coloca maçã na salada de batata e que eu não odeio.

Apenas reforçando: um ingrediente que não vai em uma salada de batata. Por favor.

Dicles não deveria funcionar, caro leitor. Pensar os ingredientes individualmente juntos pode revirar o seu estômago. Um molho com base de pepino, com cebola, pimentão, mostarda, vinagre, sal e açúcar? E que fica bom?!? Mas fica bom.

Fica.

Dos nossos amigos que provaram, a maior recomendação é com carne ou sanduíches. Mas temos uma amiga que come de colher como sobremesa (Oi, Ju!). Eu acho que ele torna um cachorro quente algo viciante. E transforma um hambúrguer ou costela de porco. Combine com coisas salgadas, é o que eu quero dizer, e veja o que funciona. Mas não se deixe enganar pelos ingredientes. O negócio é bão. 

Tempo de Preparo: 1 hora, mais 2 horas de espera.

Rendimento: 700g 

Aviso: um processador de alimentos é altamente recomendável, mas não obrigatório. 

Ingredientes:

- 2 xícaras de Pepino de picles ou japonês, sem sementes e picado;

- 3/4 xícara de cebola picada;

- 1 pimentão vermelho sem sementes picado;

- 1 xícara de vinagre de maçã;

- 1 + 3/4 xícara de açúcar;

- 1/2 colher de sopa de grãos de mostarda;

- 1/8 xícara de sal

Como fazer?

- O primeiro passo é cuidar dos vegetais, lavando-os bem e picando-os rudemente em pequenos cubos e medindo as quantidades. O melhor jeito de tirar as sementes dos pepinos e cortando-os ao meio e utilizando uma colher de sobremesa.

A fonte

- Depois de ter cortado os vegetais em cubos pequenos, a melhor forma de proceder é utilizando um processador de alimentos. Processe-os até o tamanho desejado (pedaços um pouco maiores, ou pedaços diminutos), com cuidado para não transforma-los em um patê. Se não tiver um processador, pode ser feito na faca, mas isso vai demandar muito mais tempo. O lado bom é que poderá deixar pedaços maiores e controlar o tamanho. 

- Feito o corte ou o processamento, coloque-os em uma tigela grande, adicione o sal e água gelada até cobrir todos os ingredientes. Mexa, cubra com filme de pvc ou papel alumínio e deixe descansar por duas horas.

- Com uma escumadeira e peneira, retire os vegetais do líquido, espremendo para retirar o excesso de água. A melhor forma é tirar os vegetais com uma escumadeira e coloca-los em uma peneira, usando uma colher para espremer a água. 

- Em uma panela, coloque o vinagre de maça, o açúcar e os grãos de mostarda. Mexa bem para que o açúcar se dissolva por completo e deixe até ferver. 

- Com a mistura de vinagre fervendo, adicione os vegetais, misturando bem. Deixe a panela destampada para ajudar a secar, fogo médio-alto, por 10 a 15 minutos. 

- O resultado final é uma mistura viscosa, um tampo ensopada. Deixe esfriar um pouco antes de envazar. Use uma escumadeira para retirar os vegetais, tentando deixar na panela o excesso de líquido.

The Original

The Real Deal (versão revista e melhorada)

By insta da Ju Brum