segunda-feira, 25 de julho de 2016

DIA DOS NAMORADOS FORA DE ÉPOCA III: CARAPULCA

Eles se lhamam S2 S2









Demoramos, mas voltamos! Para quem pensou que fossemos abandonar a série pela metade, no no no, cá estamos escrevendo o terceiro post do nosso dia dos namorados fora de época. Este é um blog rizomático, não espere cadência lógica, ou sequência linear, a vida não é assim, nosso blog também não o será. 

Mas, indo ao que interessa... Já relatei um pouco da minha dificuldade de decidir o que prepararia como prato principal e isso se deu porque 1)sou levemente indecisa e 2)não é fácil encontrar certos insumos peruanos em terra brasilis. Principalmente as pimentas! 
Pimentas da Banca 10 do Mercado Público. #nãotemaji

Visitei feiras, discuti com produtores, fui nas bancas de frutas e verduras do mercado público, perguntei nas demais bancas se não teriam de repente uma pasta ou molho de pimenta peruana. Mas tudo o que ouvi foi "tem mas tá faltando", "não nessa época do ano", "só trabalhamos com as mexicanas", "tenho uma tailandesa"... Pois é, nada de aji panca, nada de aji amarillo, nada de rocoto... O único aji que encontrei no mercado, e que me deu meio segundo de esperança, foi o da imagem abaixo.
Mas o Umami não é peruano :(
Depois de praticamente sentar no chão do Mercado Público e começar a chorar, resolvi que ia utilizar a minha licença poética (que acho que já conquistei na cozinha, ou gosto de acreditar que sim) para criar a minha própria versão de molho de aji amarillo com os insumos que tivesse à mão. Comprei uma pimenta dedo de moça amarela, uma vermelha, uma malagueta e um lindo pimentão amarelo (que é suave e adocicado) e meti bala. 


Como diz o ditado, "Quem aji por último aji melhor" (Da-lai Lhama)


Ultrapassada a novela dos ajis, o resto era moleza. Decidi que o clima frio casaria perfeitamente com uma Carapulca (ou Carapulcra) que, segundo a super confiável wikipédia, é um típico prato peruano feito originalmente com carne de lhama e batatas andinas desidratadas ao ar livre, nas montanhas, onde elas congelam à noite e descongelam durante o dia. 




Ciente e conformada com as adaptações necessárias, a minha versão contemporânea de Carapulca levou carne de porco (assim como a maioria das carapulcas modernas) e batatas bolinha (daquelas de custavam 1 real o kg na feira modelo até 2014 e hoje custam 3 reais).


Sem mais enrolhama, vamos à receita.


Tempo de preparo: 3 a 4 horas (considerando a necessidade de preparo de um fundo de aves)

Rendimento: 2 porções

Ingredientes:

350g de batata bolinha
400g de carne de porco em pedaços de 3cm (pernil pode ser uma boa pedida. Não sugiro lombo, pois é muito magra e não costuma ir bem com longas cocções)
2 colheres (sopa) de óleo
1 cebola picada
1 colher (chá) de cominho em pó
50g de amendoim torrado e picado
70ml de vinho branco seco
2 colheres (sopa) de vinho do porto
10g de chocolate amargo picado
Sal e pimenta do reino a gosto
250ml de fundo de aves (receita abaixo)  

Para a marinada:

4 dentes de alho amassado
30ml de vinagre de vinho tinto
4 colheres de sopa de pasta de aji amarillo fake improvisada (receita abaixo)







Modo de Preparo:

Misture os ingredientes da marinada em uma tigela e junte aos cubos de carne. Deixe-os ali por pelo menos 30 minutos (deixei 24h porque fuck yeah!)
Aqueça o óleo em uma panela de barro (ou qualquer outra que você tenha e possa ir ao forno) e refogue a carne até dourar de todos os lados. Retire-a e reserve. Acrescente a cebola, e o que restar da marinada, mais o cominho e a pimenta. Refogue até que a cebola fique macia. Deglace o fundo da panela com o vinho branco, coloque as batatas lavadas e recoloque a carne. Acrescente o fundo de aves, tempere com sal e tampe. Leve ao forno pré-aquecido a 220oC por 1 1/2 hora. Depois desse tempo, coloque de volta ao fogo médio, junte os amendoins, o vinho do porto e o chocolate picado e deixe sem tampa até que o molho engrosse.       





Fundo de aves:

500g osso de peito de frango ou qualquer outra carcaça de frango a sua escolha
80g de cebola picada groceiramente
40g de cenoura picada groceiramente 
20g de aipo picado groceiramente
20g de alho poró picado groceiramente 
1 talinho pequeno de alecrim
1 folha de louro
1 ramozinho de salsinha
1 dente de alho
1 talinho de tomilho


Ferva uma panela com água e uma pitada de sal e coloque a carcaça ali por cerca de 1 minuto para branquear. Em outra panela, coloque os legumes para suar, iniciando pela cenoura, depois cebola, aipo e alho poró. Em seguida, coloque a carcaça branqueda e cubra-a com água fria. acrescente os demais ingredientes e mantenha em fogo baixo cuidando para que não atinja fervura. deixe assim por pelo menos 1 hora e depois coe todos os sólidos e descarte-os, ficando apenas com o caldo.

Para a pasta de aji amarillo fake improvisada:

1 colher de azeite (ou outro óleo vegeal)
1 cebola pequena picada
1 pimentão amarelo
1 pimenta dedo de moça
1 pimenta dedo de moça amarela
1 pimenta malagueta (se quiser mais picante, pode colocar mais sem medo)
2 dentes de alho picados



Abra as pimentas e retire as sementes e ranhuras e pique-as. Faça o mesmo com o pimentão. Coloque o azeite uma panela de fundo grosso, seguido da cebola, pimentas e pimentão. Deixe ali por cerca de 10 minutos, até amolecerem , cuidando para não queimar. Em seguida, acrescente o alho e deixe mais uns 5 minutos. Por fim, bata tudo no liquidificador até formar uma pasta homogênea.





sexta-feira, 22 de julho de 2016

GELEIA DE MORANGO E AMOR DE FEIRA

Nós já discutimos anteriormente os prazeres de frequentar uma boa feira. A possibilidade de descobrir coisas novas e conhecer pessoas novas, mesmo que essas pessoas sejam brasileiros tentando se passar por chineses como estratégia de marketing, é sempre uma vantagem da feira.
E eu não posso tomar qualquer crédito por isso. As feiras para mim sempre foram um lugar exótico, um passeio diferente para ser feito uma vez ao ano. O ambiente de iluminação artificial e impessoal e de produtos industrializados e o mais padronizados possível de um supermercado sempre foi meu habitat natural. A mudança para a feira é algo que deve ser creditado à Mog, e apenas a ela. 

Como qualquer pessoa que frequenta demais o mesmo supermercado sabe, com o tempo, o ambiente acaba se tornando familiar. Você sabe onde estão os produtos que costuma comprar e em que posição estão dispostos. E com o tempo, a impessoalidade dos caixas pode acabar dando lugar a uma simpatia natural, que emerge do fato de você já ter interagido com aquela mesmo caixa 15 vezes, qual é, nem um "oi, tudo bem?". E isso é muito bom, pois acaba trazendo um pouco de sanidade para um ambiente que de outra forma seria completamente artificial. Mas é claro, como em qualquer grande empresa, funcionários vêm e vão, novas pessoas, novos rostos e na realidade qualquer princípio de familiaridade não dura muito tempo. 

Isso não é um problema na feira. Qualquer interação é a possibilidade de uma conversa, um diálogo, uma negociação. "Quanto está a batata?" "Como eu preparo isso?", "Come com o que?", "Tá caro hoje!" e por aí vai. Depois de apenas algumas vezes, os feirantes já sabem o que você costuma comprar, ou imaginam o que você pode gostar. "Cogumelo está bonito hoje!" "Vou ficar te devendo o parmesão uruguaio!". Se vou sozinho: "E a amiga, está para onde?".
E isso só é possível pelas pessoas do outro lado da barraca: vendedores, muitas vezes famílias, que toda a semana organizam os produtos no caminhão e seguem para a feira para ganhar o dinheiro do dia a dia. 
Para mim, historicamente acostumado aos templos da impessoalidade (Shoppings e Supermercados), a feira ainda é um ambiente estranho. Sempre fiz o máximo de esforço possível para não interagir com vendedores e costumo ser rápido e objetivo. É engraçado como a educação e boas maneiras podem ser uma boa máscara para a impessoalidade, pois cria uma barreira gentil entre as pessoas. 

E o motivo dessa reflexão toda se deve a um episódio que presenciei essa semana enquanto procurava morangos, que finalmente baixaram de preço depois de uma temporada de preços abusivos. Na barraca, um pai e sua filha, de uns seis anos de idade, compravam melões. O vendedor, mais parecendo um velho amigo de família, chega oferecendo uma prova, para a felicidade da garotinha, que abre um sorriso e até ensaia uma dança comemorativa. Enquanto o pai escolhia o melão, a menina chama a atenção de todos. Mostra, um pouco apreensiva, um dente de leite perdido para o pedaço de melão. Tanto o pai quanto os atendentes da barraca começaram a comemorar juntos e comentar como a menina cresceu: "Parece que foi ontem que ela era só um bebê tentando chupar um pedaço de fruta!" 

Esse foi apenas um pequeno momento do cotidiano, daqueles que facilmente escapam a nossa atenção, mas que tornam o nosso dia imediatamente melhor. A feira é mais do que um lugar de transações comerciais, ou de um lugar para comprar hortifrutis melhores e mais baratos. No meio da normalização do distanciamento da Urbe, se torna o lugar onde tentamos resgatar o sentimento do que é viver em comunidade. 

E é por isso que eu acho que você deveria ir na feira com mais frequência. 

Para recompensar todas as 7 pessoas que tiveram a paciência de ler o texto até aqui, aí vai uma deliciosa, prática e simples receita de Geleia de Morango, 100% sem condimentos e 100% com muito amor. 
Na foto: única forma em que como morangos.




Tempo de preparo: 40 minutos.
Rendimento: Vou ensinar um pote pequeno, multiplique conforme a sua necessidade. 

Ingredientes:

- 250g de morangos maduros (peso líquido: já sem os talos verdes e lavados!)
- 100g de açúcar refinado;
- Suco de 1/2 limão siciliano OU 1 limão Tahiti pequeno;
- 6 sementes do limão siciliano - Se for usar o limão Tahiti, que não tem semente, improvise com sementes de algum outro cítrico, como laranja ou lima da pérsia. 
- 1/4 fava de baunilha. Baunilha de verdade. Se não tiver baunilha de verdade, faça sem baunilha, vai ficar bom. Não use essência de baunilha. NÃO USE ESSÊNCIA DE BAUNILHA. (Mas se resolver usar, me conte se dá certo).

Como fazer?

- Fazer doces exige um pouco de precisão nas medidas para não ficar doce demais. Confira com uma balança se tem realmente 250g de morangos já limpos. Estando ok, corte cada morango em 4 pedaços, para no final os pedaços de fruta não ficarem grandes demais. 
- Coloque em uma panela o morango, o açúcar, o suco de limão e as sementes. Ao colocar a 1/4 fava de baunilha, abra a vagem e com uma faca raspe as sementes (com a parte de trás da faca) direto para a panela. Coloque o restante da fava aberta também na panela. Misture tudo.



- Dica sobre as sementes: coloque-as amarradas dentro de uma gaze ou de uma camisinha de chimarrão (coisa de gaúcho),para ficar mais fácil de retirar depois.






- Cozinhe em fogo médio/baixo, em panela destampada, mexendo de vez em quando, por 15-20 minutos. Use a colher de pau (ou de polietileno, que é mais recomendado pela anvisa) para ir esmagando os pedaços de fruta ao longo do processo.
-Como ter certeza que estará pronta? Quando estiver ainda fácil de manipular, mas não muito líquida (Quando esfriar ela vai ficar mais consistente) e com um tom vermelho escuro intenso. 

Assim, mas sem o filtro "ano passado". 

segunda-feira, 18 de julho de 2016

CUSCUZ NO LEITE DE COCO

Queridos leitores, hoje vamos fazer diferente. Então, pedimos que entrem na onda e se tornem expectadores, pois a receita hoje vai em forma de vídeo. 

#nãovaitertextão 

sábado, 2 de julho de 2016

BOLO DE MACAXEIRA COM COCO E CALDA DE GENGIBRE


Esse post será um desafio. Não por sua receita (pois ainda não faço ideia qual será), mas pelo seu contexto. O primeiro desafio é escrever com a tela a 45º. Sim, sim, escrever no laptop de 14 polegadas dentro do avião com a poltrona da frente já reclinada não nos permite abrir o pc além de um ângulo agudo. O segundo desafio é me desligar um pouco do serviço de vendas a bordo e da simpática água que é servida como cortesia pelos comissários. Além disso, crianças, muitas crianças, inquietas, pessoas decidindo o que vão comprar, livros de colorir, pessoas que sentem medo do processo de decolagem, sinal da cruz, “já posso me levantar?” “Já posso tirar o cinto?” “Quero abrir a mesa”. “Quero brincar”. Com uma sequência de vetos, a criança apela a se ocupar com uma batatinha frita. “Não, espera a gente chegar no ar, aí você come”. “Isaaaaa, a gente tá voando”. Grita a criança que ocupa a janela à minha esquerda para a criança que está na janela da extrema direita. “Isaaaa, abre a janela!” Selfies. Muitas selfies. “Sorri pra gente mostrar depois pro papai”. “Mãe, mãe, deixa eu ver se o seu celular tem flash na frente (diz a mãe da criança da esquerda à avó da criança que está do meu outro lado, também no corredor. Passa celular pra cá, celular pra lá.

Diante desse entorno agitado, dormir estava fora de cogitação, seria muito provavelmente um esforço vão. Mesmo com todo o sono de quem dormiu às 2h, acordou às 3h30, chegou no aeroporto às 5h e teve seu voo cancelado devido à neblina que fechou o aeroporto não permitindo pousos ou decolagens. Fui reacomodada em outro voo e em outra conexão. A chegada não seria mais às 11h55, mas às 16h36. Oh não! Preciso chegar a tempo da festa de São João!!! Não há muito o que fazer nessas horas...

Mas tudo que disse até agora são só apêndices.

Diante dos preços absurdos praticados em aeroportos, além do fato das cias aéreas não servirem mais refeições ou lanches, adquiri o habito de preparar um farnelzinho antes de qualquer viagem. Dessa vez o meu piquenique particular não calculou a possibilidade de atrasos e resolvi me render e buscar comida no aeroporto de Congonhas. Peguei indicação e estava me dirigindo para um restaurante usado pelos funcionários que fica no subsolo, mas é aberto ao público. No caminho, deixei-me dispersar e acabei parando na franquia do Giraffas. Que vacilo! Pedi um stake bovino com legumes, arroz e fritas. Bem rápido já estava com o prato em minha frente. Sério, que tristeza. Que comida asquerosa. A carne não era carne. Era um pseudo hambúrguer ruim, feio, oleoso. Os legumes não tinham gosto de nada. Estava comendo em sofrimento. Não queria comer aquilo, mas não podia deixar aquele monte de comida ir pro lixo. Tinha comido cerca de 1/3 daquilo que estava no prato quando um rapaz com uma caixa de engraxate se aproximou e oferecendo-se para limpar os meus sapatos. Não aceitei a oferta e agradeci. Mas minha recusa não foi suficiente. Ele insistiu se eu não teria uma ajuda para que ele pudesse comer algo, sua casa tinha pegado fogo, ele não tinha se alimentado ainda naquele dia. Perguntei pra ele se aceitava o meu prato de comida. Fiz isso na dúvida se estava fazendo um favor ou uma ofensa. Apesar de todas as pessoas que comiam ali, aquela comida era ofensivamente ruim. Ele disse que não ia comer a minha comida e me deixar sem comer. Eu argumentei que já havia comido o suficiente e disse que se ele quisesse que não se constrangesse. Ele pegou, comeu, e voltou alguns minutos depois para me agradecer com um toque gentil no ombro. Eu ainda acho que ele me fez um favor infinitamente maior do que o que fiz a ele. Impressionante, mas não senti fome depois daquele 1/3 de refeição. Nenhuma. Uma vez ouvi uma frase que dizia que fazer dieta com comida ruim era muito fácil. Esta frase faz cada vez mais sentido. E não acho que comida boa precise de firulas. Falo de um bom arroz, feijão, bife e legume fresco. Tudo magrinho, bem temperadinho, feito por seres humanos com alma.  
Poderia ser pior se a Gol, ao invés de não servir lanche algum, servisse refeições do Giraffas
Agora conto as horas para chegar no meu nordeste, na festa de São João que já vai estar rodando a todo vapor quando eu aterrissar, e me fartar com usma belas pamonhas, canjicas, uma tapioca de coco, churrasquinho, milho verde, bolo preto, caldo sertanejo, munguzá, bolo de macaxeira... ah, bolo de macaxeira S2 S2 S2!

Enfim, como esse é um blog de receitas, agora digo pra vocês que tudo o que escrevi até agora era só uma introdução para ensinar o processo de preparo de um maravilhoso bolo de macaxeira (mandioca ou aipim!). Então, lets go!

Tempo de preparo: 1h30
Rendimento: 20 fatias

Ingredientes:
750g de macaxeira crua
4 ovos
100ml de leite de coco
200g de coco seco fresco ralado ou picado
1 + 1/2 xícara de açúcar
1/4 de xícara de óleo
uma pitada de sal
1 colher (sopa) de fermento . 

(Para a calda)
25 g de gengibre descascado 
100ml de água quente
75g de açúcar 
Devido a problemas técnicos precisei usar uma assadeira menor e mais alta (vide foto). Não recomendo.

Modo de Preparo:
Rale ou processe a macaxeira crua. Caso o seu coco não esteja ainda ralado, rale ou processe o coco também. Junte os demais ingredientes e misture deixando o fermento para acrescentar por último. Pré-aqueça o forno, despeje a mistura em uma forma ou assadeira devidamente untada e leve para assar a cerca de 200o C por aproximadamente 40 minutos. Tem que ficar de olho para ver se está com cara de pronto. Quando já estiver no forno, corte o gengibre grosseiramente e leve para ferver por 1 minuto junto com a água. Em seguida, bata no liquidificador. na mesma panelinha que você ferveu a água, coloque o açúcar para derreter com cuidado para não queimar. Quando derretido, coloque o "suco de gengibre" peneirado junto na panela e mexa até atingir o ponto de calda. Lembre que quando esfria ele fica mais grosso um pouco.
Desenforme o bolo depois de esfriar um pouco e despeje a calda só na hora que for comer ou sirva à parte para que cada um coloque como e quanto desejar.
Já com caldinha, ready to go!